A atividade Histórias tão verdadeiras que às vezes parecem que são inventadas é inspirada nos poemas Para carregar água na peneira e Histórias da Unha do Dedão do Pé do Fim do Mundo, de Manoel de Barros. A Unha do Dedão do Pé do Fim do Mundo é um lugar mítico onde duas crianças fazem peraltagens com palavras. No poema, a narradora menina conta como fabrica brinquedos com palavras e, assim como Manoel de Barros, o poeta, não tem compromisso com a verdade, mas com a verossimilhança. Dando asas à imaginação, ela e o irmão, podiam criar qualquer coisa.
Crianças de dois a quatro anos Crianças de quatro a sete anos |
Durante a contação das Histórias da Unha do Dedão do Pé do Fim do Mundo pela contadora de histórias Madame Tormenta Furtacor, os participantes mirins ficaram atentos, pois se identificaram com os protagonistas – duas crianças que fazem peraltagens com palavras. No decorrer da narrativa, tiveram várias descobertas: como carregar água na peneira, o que é poesia e o que faz o poeta, como se divertir fabricando brinquedos com palavras, os encantos de ser árvore por um dia, entre outras coisas. Foram astuciosas ao encontrar as borboletas que voavam do guarda-chuva de borboletas.
Pequeninos sendo árvores para os passarinhos |
Menino que foi árvore para o passarinho |
Em seguida, as
participantes fizeram como os irmãos, criarão desenhos com as palavras do
poema, passeando por conceitos do concretismo. Esse trabalho despertará nos
participantes as inúmeras possibilidades de produção de sentido do mundo mágico
da língua portuguesa, porque escrever é o mesmo que carregar água na peneira.
Artistas de
dois a quatro anos
Tia, vai ter amanhã de novo? Não :(
Vernissage
|
Artistas de quatro a sete anos
Vernissage
Elas se empenharam bastante na criação do desenho com as
palavras dos poemas. As crianças a partir de quatro anos conseguiram
estabelecer relações com as palavras que usaram para o desenho, entendiam a
forma das palavras enquanto símbolos. Elas identificavam as iguais. Embora não
soubessem o significado, o jogo de encontrar as mesmas palavras parecia
divertido. As mais novas, de dois e três anos também fizeram desenhos muito interessantes,
todavia ainda mais intuitivos. Ao fim, todas ficaram bem felizes quando
descobriram o significado da palavra que usaram na criação, melhor ainda foi o
deslumbramento de ter acabado de escrever um poema desenhado.